domingo, 20 de abril de 2008

Sobre "Talentos"


Matéria : Talento X Potencial

Por Eloi Zanetti

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A palavra “talento” designava um valor monetário, uma moeda criada por volta de 600 a.C. na Lídia, Ásia Menor. É possível que a moeda de metal tenha sido usada pela primeira vez na China, mas foi Creso, o rei dos Lídios, quem inventou uma liga de metais preciosos - ouro e prata - para garantir o valor fixo de câmbio. O sistema foi adotado pelos gregos, persas e por todos os povos com quem comercializavam. Só por curiosidade, também foram os lídios os primeiros a usar o sistema de vendas a varejo.

Quando a moeda “talento” começou a circular foi inevitável a comparação entre ricos e pobres e logo alguém raciocinou: se não sou rico, não tenho uma quantidade suficiente de talentos em moedas, então devo procurar um diferencial de valor nas minhas habilidades naturais, para que possa me destacar. Devo substituir a minha carência em moedas por “ser o melhor” pedreiro, carpinteiro, pescador ou pastor de rebanhos da minha região. Assim, me valorizarão e o meu trabalho será bem pago. Com o tempo, o fato de alguém se destacar em algo passou a ser chamado de “talento” que é, exatamente, executar um trabalho tão bem que se diferencia dos outros.

or sua vez, Jesus usou a parábola dos Três Talentos para exemplificar que para desenvolvê-los é preciso disposição. Para quem não conhece a história, lá vai: um rico senhor chamou três servos e à medida do potencial de cada um deu-lhes uma quantidade de moedas. Para o primeiro uma, para o segundo duas e para o terceiro cinco. Passado um bom tempo, chamou-os de volta e perguntou: - O que vocês fizeram com os talentos que lhes dei? – O primeiro correu e rápido retirou debaixo de uma pedra o talento que havia ganho e falou – Eis aqui senhor, ganhei um talento e estou devolvendo um talento. Demonstrando desapontamento, o senhor disse: – Não era bem isto que eu queria. E tomou-lhe a moeda. Chamou o segundo e fez a mesma pergunta. E este respondeu: – Ah, eu gastei tudo com festas, bebidas e mulheres. – O senhor ficou triste com o desperdício de tanto talento. E finalmente chamou o terceiro e este lhe respondeu. – Ah, meu senhor, comprei gado, terras, fiz crescer a riqueza que me deste. Aqui estão os seus três talentos e mais o tanto que amealhei. – Era isso mesmo o que eu queria, respondeu o senhor. E juntando todas as moedas deu-as ao terceiro homem. Com isto, Cristo quis dizer: recebemos no início da vida alguns talentos, podemos deixá-los como recebemos, desperdiçá-los ou desenvolvê-los.


Em tempo: economistas calculam que hoje um talento valeria cerca de 60 mil dólares.
Quer se destacar e ganhar mais? – descubra o seu talento natural e trabalhe arduamente para aprimorá-lo. Muitos têm talentos, mas carecem de disciplina para aperfeiçoá-los e ficam pelo meio do caminho se lamentando da falta de sorte. Bobby Fischer, campeão mundial de xadrez, foi percebido como gênio aos 16 anos, mas, só depois de nove anos de estudo continuo é que virou Bobby Fischer. O sucesso, aquilo que sucede, não é fácil de ser obtido, ao contrário, requer trabalho árduo e disciplina rígida.

esquisadores da área comportamental, analisando a carreira de grandes realizadores, chegaram à conclusão de que só a prática constante faz o sucesso em qualquer profissão. Pelé fazia treinamentos abnegados depois do horário normal de treino. Enquanto os outros jogadores iam para casa, ele ficava batendo pênaltis centenas de vezes. Numa dessas, inventou a famosa “paradinha” que destacou ainda mais a sua carreira. O treinamento dedicado fez dele, além de um atleta habilidoso e forte, um dos raros jogadores do mundo a jogar, com maestria, em todas as posições, inclusive na de goleiro.

O melhor profissional de uma área é sempre aquele que dedica maior número de horas de estudo no aperfeiçoamento constante das suas habilidades. Será a prática constante, sistemática e regular que vai nos diferenciar dos outros. Carlos Goldoni, um dos maiores escritores da Commedia Dell Arte dizia: – faça o simples todos os dias e bem feito que você vira gênio.

Eloi Zanetti

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