segunda-feira, 5 de maio de 2008

Mulheres Empreendedoras




Faro mais apurado para identificar boas oportunidades e mais disposição para correr riscos. Essas duas habilidades colocaram as mulheres na liderança das estatísticas de empreendedorismo no Brasil.

Um estudo de abrangência mundial, feito pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM) e divulgado recentemente pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e pelo Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP), mostra que elas já são 52% das pessoas de 18 a 64 anos que abriram um negócio próprio nos últimos três anos e meio.

O porcentual caracteriza uma mudança histórica no País, já que os homens sempre lideraram. Em 2001, por exemplo, eles representavam 71%. A pesquisa revela ainda que, em 2007, de cada 100 brasileiras, 13 desenvolviam uma atividade empreendedora, índice que rendeu ao Brasil o 7º lugar no ranking mundial desse tipo de iniciativa.

Para o professor de empreendedorismo e inovação da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP) Tales Andreassi, um dos motivos de tanto sucesso é que as mulheres, assim como os mais jovens, têm mais liberdade para arriscar. "Por terem menos coisas a perder elas se sentem livres para correr riscos."

No caso dos homens, afirma ele, a cobrança da sociedade tem um peso maior. "Muitos homens são chefes de família e pensam duas vezes antes de sair do emprego para tentar algo novo. A carga é mais pesada e há uma cobrança social maior que a da mulher."

Outro motivo que tem levado o sexo feminino a empreender mais que o masculino, na opinião de Andreassi, já é bem conhecido pela sociedade, principalmente por elas: a distorção salarial. Estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na semana da mulher, em março, com base na Pesquisa Mensal de Emprego das seis principais regiões metropolitanas brasileiras, revela que elas recebem, em média, 30% menos do que eles. E quanto maior o nível de escolaridade de ambos, maior a diferença, que chega a 40%.

"A opção por empreender tem sido a forma encontrada por elas para sair da empresa onde trabalham e conseguir melhores resultados financeiros com o seu próprio negócio", diz Andreassi. Para ele, o fato de as mulheres estudarem mais - 60% têm 11 anos ou mais de estudo, enquanto entre os homens o índice é de 52% -, também se reflete na taxa de empreendedorismo feminino. "Elas estão mais preparadas."

A empresária Iolani Tavares, de 44 anos, não hesitou em montar a Frutos da Amazônia, quando se deu conta de que os biscoitos que fazia com produtos do Pará não existiam no mercado.
"Começou por acaso, na cozinha da minha casa, fazendo para os amigos", lembra Iolani. Em 1995, ela montou a empresa, num processo tijolo por tijolo. Hoje, com 16 funcionárias e uma filial em Belém, sua terra natal, ela planeja colocar seus produtos nas prateleiras dos supermercados.


domingo, 4 de maio de 2008

Novo Consumismo





Novo consumidor valoriza empresas éticas e voltadas para o bem estar coletivo, constata TNS InterScience.

O comportamento do consumidor brasileiro não é diferente do consumidor de outros países. Segue a tendência global de valorização de marcas autênticas, da praticidade e das ações socialmente responsáveis.


Este movimento, chamado de “Novo Consumismo”, vem sendo sistematicamente observado em diversos estudos realizados pela TNS InsterScience, líder mundial no segmento de pesquisas de mercado Ad Hoc (sob encomenda).


Segundo Karina Milaré, diretora da área de Consumo da TNS InterScience, na agenda de decisões de compra do consumidor, atributos como honestidade, confiança e veracidade passaram a ser muito valorizados.


"Os estudos de marca mostram grandes oportunidades para que as organizações se posicionem de forma transparente e sinalizem o desejo concreto de construir relacionamento com os consumidores”, destaca.

Além da transparência, outro requisito que o consumidor valoriza nas empresas é o bem estar coletivo.

Um indício disso é o comprometimento com seus colaboradores, com as comunidades em que atuam e com o meio ambiente. Mas a preocupação com o coletivo não é responsabilidade exclusiva das organizações. Atitudes como reciclagem de lixo e economia de água, cada vez mais freqüentes no dia-a-dia dos consumidores, também são exigidas das organizações. Buscando o bem estar pessoal, entre os novos desejos do consumidor aparecem: a alimentação saudável, boas horas de sono, mais tempo livre e com a família, enfim, tudo para compensar o individualismo, a vida virtual e o ritmo acelerado da vida contemporânea.


A personalização, outra característica do Novo Consumismo, apresenta-se sob diversas faces: autenticidade (pessoas desejando sentir-se únicas, destacadas da massa); customização (consumidores que adaptam produtos, buscando soluções que atendam seu gosto e necessidades pessoais).

Milaré explica que atualmente existe uma tendência muito forte em relação à personalização, a chamada customização de produtos. “Hoje, o consumidor quer deixar tudo ‘com a sua cara’, imprimir o seu estilo, dar o seu toque”.


Outro fator que o consumidor preza é a originalidade, ou seja, a valorização de serviços e marcas genuínas. Essa mudança de comportamento exige respostas mercadológicas apropriadas.

Os consumidores procuram a proximidade verdadeira com as organizações. Nesse sentido, não basta parecer, é preciso ser. “O posicionamento tem que se materializar em ações concretas e features de produtos ou serviços que legitimem a mensagem publicitária. Relações com os consumidores dissonantes dos valores da marca trazem vulnerabilidade”, conclui Karina.